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É HORA DE COLABORAR EM ENCONTROS PRESENCIAIS

É HORA DE COLABORAR EM ENCONTROS PRESENCIAIS
JULIANA SANTOS
jan. 19 - 4 min de leitura
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Tenho sido bastante questionada sobre o retorno às aulas presenciais e como serão esses novos espaços de aprendizagem, já que muitos alunos aprenderam a estudar online ou remoto e estão optando por não voltarem às instituições.  

Os estudantes nem sempre sentiram falta das explicações do professor. Eles se queixam de não ter o professor para tirar dúvidas na troca face a face que de uma pergunta (ou resposta) surgia outra pergunta, cercada pelo afeto pelo conhecimento e pela humanização. Sentiram falta de estar com os colegas, de conversar, de rir, de brincar, de comentar sobre uma aula ou outra, de construir relações sociais para além do escolar ou acadêmico.  

A minha resposta, então, sempre passa por um viés já discutido amplamente na literatura: é preciso estratégias ativas que envolvam colaboração, discussão, resolução de problemas e grande envolvimento dos aprendizes.

É nessa hora que emergem a necessidade  dos desenhos pedagógicos, das modelagens de aula, da discussão do planejamento e da seleção de estratégias de aprendizagem ativa. 

Retomei o livro Trabalho, educação e inteligência artificial: a era do indivíduo versátil, de Rui Fava, para indicá-lo a outros gestores, professores, professoras, pais, mães e avós que estão a todo momento refletindo e preocupados com esse novo modelo de execução de aula na presencialidade. Ressalto, mais do que nunca, a necessidade da aprendizagem ativa e experimental, sem se limitar ao emprego de uma metodologia ativa apenas, como aborda o capítulo 14 da referida obra. E, aqui, construo com você, colega, algumas indagações:

  • Será que nosso planejamento já previa a perspectiva de trabalho pautada na Taxionomia de Bloom? 

  • Será que levamos em consideração as maneiras de aprender do grupo com o qual estamos compartilhando conhecimento?

  • Será que os estudantes estão aprendendo, assimilando e aplicando os conceitos e conteúdos aprendidos?

  • Será que as avaliações seguem modelos ativos ou esbarram nos tradicionais padrões de prova com dez questões entre objetivas e discursivas?

Esses questionamentos precisam ser foco de nosso trabalho, contudo é urgente avançar e avançando temos a certeza de que os modelos de pré-aula, aula e pós-aula são agora requeridos como grande desafio para todo profissional.

É na pré-aula, no tempo assíncrono, que deixaremos textos para leitura, vídeo, podcast, sites e questionamentos/reflexões a serem respondidos (ou encaminhados) pelos alunos, sendo uma espécie de provocação para o saber.

No momento da aula, o espaço precisa ser de diálogo e colaboração. Então, estratégias como Peer Instruction, Think-Pair-Share, Polling, Estudo de caso, Resolução de problemas do cotidiano e tantas outras que surgem da experiência e da criatividade do profissional tomam lugar cativo nas execuções da presencialidade.

Para a pós-aula, é possível fechar esse ciclo com a desenvolvimento de produtos individuais ou em grupo que possam ser feitos em contextos digitais e remotos, sendo avaliativos ou não, mas com entregas significativas para o exercício de habilidades que favoreçam as competências. Estão aí alguns exemplos: as entrevistas, os vídeos, os documentários, as sínteses, as análises argumentativas, as produções também criativas a serem requisitadas pelos docentes. 

Acredito que de forma também colaborativa o corpo escolar e acadêmico deve desenhar modelagens que deem suporte a esse período de mudança para que chegue a modelos disruptivos de educação. 

   

Referência citada:

FAVA, Rui. Trabalho, educação e inteligência artificial: a era do indivíduo versátil. Porto Alegre: Penso, 2018. 

 

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