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Educação digital: a era da transformação

Educação digital: a era da transformação
KÁTIA ETHIENNE ESTEVES DOS SANTOS
mar. 4 - 5 min de leitura
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Você conhece este conceito? Educação digital?

Isso não é educação à distância, ensino presencial e nem ensino remoto, é uma condição na qual todos nós estamos inseridos querendo ou não, ou seja, é o momento no qual o acesso à informação e ao conhecimento ocorre em ambientes formais de educação, mas também em qualquer espaço ou tempo.

Esta possibilidade de aprender em todo tempo e lugar impulsiona o surgimento de propostas inovadoras que possam vencer os paradigmas que mantiveram a educação praticamente estática durante muitos anos.

Com certeza você já ouviu palestrantes dizendo que se uma pessoa viajasse no tempo e viesse do futuro o que encontraria igual seria a escola, tudo ao redor teria se modificado, menos os ambientes educacionais. Um pouco de exagero, é claro, mas alguma verdade...

Sou palestrante e consultora educacional e tenho dito nos últimos anos que estávamos sendo impulsionados para as mudanças, que chegaria a hora em que não conseguiríamos mais deter as inovações e as transformações sociais, mas muitos achavam que não, que isso era porque eu pesquisava na área, por gostar das tecnologias, por acreditar que estas podem trazer boas oportunidades de aprendizagem, ou porque era só uma opinião.

O que tenho percebido é que nunca foi tão pertinente a afirmação do sociólogo Zygmunt Bauman, que faleceu em 2017, mas que nos deixou reflexões fantásticas, como a frase: “é assim que se denomina esse cenário atual: estamos entre o que não é mais e o que não é ainda. O modelo velho já não nos serve mais e o novo ainda não está pronto”, ou seja, o momento das oportunidades, das transformações e das decisões. Escolas, pais, instituições de ensino, educadores e estudantes, estão inseridos em um momento desafiante, cercados de incertezas, de possibilidades de criar e de dificuldades sociais, o que os move, possibilitando assim alterações efetivas nos processos de ensino-aprendizagem e de gestão.

O COVID – 19, veio para incentivar estas mudanças, infelizmente de forma dura, rápida e sem preparo. Segundo os dados da UNESCO[1], são mais de 1,5 bilhão de estudantes e jovens em todo o planeta que estão sofrendo ou já foram afetados pelo impacto do fechamento de escolas e universidades devido à pandemia.

Outro dado apresentado por eles é muito alarmante, pois dois terços dos países mais pobres estão cortando seus orçamentos para a educação em um momento em que o indicado seria aumentar os investimentos. Em 2018 e 2019, os países de renda alta estavam gastando por ano o equivalente a US$ 8.501 na educação de cada criança ou jovem, comparados com o valor de US$ 48 gasto pelos países de renda baixa.

 Diante deste cenário, esta reflexão se propõe a desafiar cada um dos leitores a pensar na Educação Digital, como um momento ímpar no qual o presencial e o on-line não estão mais separados, mas em uma perspectiva onlife. Isso mesmo, o conceito que nos leva a pensar sobre não podermos mais separar o que está on e o que está off-line.

Acredito que baseada na alteração das estruturas, das práticas pedagógicas e da ressignificação do processo de ensino-aprendizagem, tornando-os cada vez mais flexíveis, adaptativos, presenciais e coletivos, oportunizaremos o crescimento do onlife.

 Quando verificamos a busca pelo termo Educação Digital no Brasil, no último ano, no Google Trends (uma ferramenta do Google que mostra os termos mais populares buscados em um passado recente) vemos alguns picos de procura sobre o assunto, tendo maiores destaques os meses de abril, junho, atingindo o máximo em outubro e mantendo uma alta em novembro.

Fonte: Google Trends

 

Percebe-se que ao compararmos com o ano de 2019 a busca é bem menor sobre as questões da Educação Digital, mas que já existia uma possibilidade de interesses relacionados a esta nova probabilidade, que foi intensificada na maior parte dos meses de 2020.


Fonte: Google Trends

 

Eu e outros pesquisadores temos buscado compreender cada vez mais as implicações, para a educação, deste momento no qual houve um crescimento da automação de processos robóticos (RPA), da utilização cada vez maior da inteligência artificial, além do investimento para o desenvolvimento de experiências imersivas (AR, VR, realidade mista), o que já podemos afirmar é que a tendência de mudanças que não retrocederão é marcante neste momento.

Estarei sempre por aqui trazendo elementos relacionados a Educação Digital e as mudanças resultantes deste processo histórico.

Acompanhe esta coluna e venha refletir conosco.

 

Profa. Dra. Katia Ethiénne Esteves dos Santos

Pós doutora em Educação Digital, consultora educacional da KMK Consultoria, Treinamento, coordenadora EAD da PUCPR e pesquisadora do PRAPETEC.

consultoriakmk@gmail.com

https://www.kmkconsultoria.com/


[1] https://pt.unesco.org/covid19/educationresponse/globalcoalition

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