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QUANDO O KANBAN ENGOLIU O QUADRO BRANCO - PARTE 2 DE 3

QUANDO O KANBAN ENGOLIU O QUADRO BRANCO - PARTE 2 DE 3
Paulo Taveira
abr. 5 - 4 min de leitura
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Como explicado na Parte 1 deste artigo, apesar de ter um posicionamento diferenciado em relação à preocupação com a aplicação prática, a ECOTEC não era muito diferente das outras escolas quando se consideravam as dores inerentes ao processo educacional normalmente utilizado, e bastante defasado, da formação industrial, herdada da influência militar do comando e controle.

 

Mas sempre existem possibilidades de renovação quando se encontram espíritos insatisfeitos, e sedentos de crescimento, que se unem em torno de um bom motivo para a ação. É o que você vai ler na continuidade desta narrativa.

 

... Em agosto de 2017, no retorno das aulas, lá estava eu, em sala de aula, explicando como seriam aqueles próximos dois meses, sob o olhar curioso dos alunos e o olhar atento da Coordenadora Pedagógica. Confesso que, mesmo com toda a minha experiência, aquele foi um momento muito tenso na minha carreira, e talvez, um dos últimos... Só que não!

 

Ofereci um treinamento básico sobre Scrum, suas cerimônias e papéis, e expliquei que para atendermos a uma grande parte do conteúdo programático daquela disciplina, dividiríamos a sala em grupos e cada grupo deveria desenvolver quatro grandes projetos (aqui podemos vislumbrar o inicio de aplicação da ABP). Eu continuaria dando algumas aulas expositivas, mas o ponto central do aprendizado passaria a ser os projetos.

 

Para termos mais sensação prática, cada grupo deveria se identificar e agir como uma empresa de consultoria ambiental, não havendo mais espaço físico formal de sala de aula. Eles poderiam trabalhar em qualquer lugar da ECOTEC - na verdade eram estimulados a isso - e os projetos envolviam sair das instalações da escola e visitar empresas reais para compreender e resolver problemas reais. Nesse ponto eu consegui mais cumplicidade e apoio da Coordenadora, pois a convidei para me ajudar a elencar quais as principais skills deveriam ser recrutadas no desenvolvimento daqueles projetos.

 

Aplicamos os questionários de autoavaliação nos grupos já formados, e depois os estimulamos a buscarem o equilíbrio interno das skills entre os outros grupos, numa espécie de negociação e troca de talentos da vida real. Naquele ponto conseguimos que tivessem a visão de que, mais importante do que trabalharem apenas com pessoas queridas e amigáveis, era trabalharem com o melhor time possível em termos de habilidades requeridas, mesmo que com aquele suposto “coleguinha mala”.

 

Na aula seguinte fizemos o backlog dos quatro projetos, cujas entregas estavam escalonadas ao longo dos dois meses, mais detalhados no nível de tasks para os dois primeiros projetos e mais ao nível de épicos para os dois últimos.

 

Finalmente, na segunda semana, começamos a rodar a nossa primeira sprint, que eram semanais, com início às segundas e encerramento às sextas. Eu, o professor, atuava como P.O. (Product Owner) orientando e traduzindo os valores do cliente, validando ou recusando as entregas semanais e oferecendo feedback. Cada grupo, por sua vez, elegeu o líder/gerente, que atuaria como S.M. (Scrum Master). Os demais integrantes do grupo formavam o time de desenvolvimento. Todo santo dia, nos quinze minutos iniciais das aulas - mesmo que em aulas de outras disciplinas (aqui precisei mais uma vez do patrocínio da Coordenadora Pedagógica...), eles tinham o compromisso de fazer a daily de até 15 minutos, em pé, na frente do Kanban.

 

Continua na Parte 3...

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