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Alfabetização infantil na era digital e o fim da letra cursiva

Alfabetização infantil na era digital e o fim da letra cursiva
InterEDTech Tecnologias Educacionais
set. 11 - 4 min de leitura
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Diversos educadores vêm discutindo o desaparecimento da letra cursiva no país. É fato que, na medida em que a transformação digital evolui, torna-se cada vez menos necessária a utilização de lápis e caneta para escrever. Porém, ainda existem muitos que defendem o uso desse estilo de escrita na educação infantil, principalmente durante o período da alfabetização.

As pessoas já estavam acostumadas com o modo convencional de aprendizado. A criança entrava na escola, aprendia inicialmente como escrever utilizando a letra bastão e, só após isso, ainda durante o processo de alfabetização, era apresentada a letra cursiva. A tecnologia veio para questionar esse método.

Letra cursiva na era dos impressos

É importante ressaltar que não é a primeira vez em que a letra cursiva é questionada. Na época dos impressos sua utilização também foi posta à prova, isso porque perguntava-se o motivo das letras encontradas em jornais e revistas serem diferentes das que eram aprendidas nas escolas. As pessoas indagavam as razões de terem que fazer uma caligrafia “desenhada”, enquanto não era o que encontravam na mídia.

Inclusive o Brasil já chegou a exigir apenas a utilização de letra bastão durante os primeiros anos do fundamental, o que, de acordo com a pedagoga Janaina Spolidorio, teve,e tem tido, um resultado desastroso. Segundo ela, a experiência desencadeou falhas em interpretação de textos e coordenação motora, que prejudicam a população até hoje.

“Embora tenhamos alta taxa de desemprego no país, temos também uma imensa falta de qualificação, que se deve às falhas na educação, ocorridas por diversos motivos, entre eles essa lacuna deixada pelo quase banimento da cursiva que tivemos no país. ” -Janaina Spolidorio, em entrevista ao portal “O Tempo”.

Alfabetização com escrita cursiva durante a transformação digital

Hoje os questionamentos são parecidos, mas o pivô é diferente: a tecnologia é o que causa as discussões. Enquanto uns dizem defender o uso da letra cursiva na alfabetização pelo bem, principalmente, do desenvolvimento motor da criança, outros alegam que esse método de escrita é totalmente segregador.

A questão de crianças com Síndrome de Down, problemas motores ou paralisia cerebral terem mais dificuldade em desenvolver habilidades com este estilo são os motivos para falar-se em exclusão. Os mesmos também defendem que esta escrita nada mais é do que um capricho pois, de acordo com eles, o importante mesmo é a compreensão do que é transmitido.

Por outro lado, os que defendem a letra cursiva alegam que ela é fundamental para a compreensão e, quando incluída durante o período da alfabetização, forma um indivíduo mais inteligente para a interpretação e com uma capacidade psicomotora mais desenvolvida. Além disso, argumentam que, se esse estilo ainda existe no mundo, é importante que as crianças aprendam para saber como interpretá-lo.

Tendências da escrita no mundo digital

Hoje em dia algumas escolas, do Brasil inclusive, já estão “abraçando” as tecnologias e abrindo mão das formas convencionais de ensino. Com o uso de lousas digitais, tablets e notebooks em sala de aula, essas instituições restringem o uso do lápis, papel e caneta, acelerando assim o processo de esquecimento da escrita à mão.

Porém, por mais que a transformação digital seja realidade, muitos especialistas ainda acreditam que a letra cursiva não deve sumir do país de forma tão repentina. Pois, de acordo com eles, o Brasil é muito grande e ainda existem diversas pessoas que não possuem acesso a nenhum tipo de tecnologia.

Por outro lado, o ser humano procura cada vez mais agilidade e praticidade em seu dia a dia, e o fato de poder digitar quase na mesma velocidade em que pensa pode influenciar, e muito, sua opção por meio digitais.

Portanto, as opiniões são diversas quando fala-se no uso da letra cursiva na educação infantil, principalmente no processo de alfabetização durante a transformação digital. Mas, quando o seu desaparecimento é abordado, chega-se à conclusão de que, por mais que não seja logo, a escrita cursiva pode vir sim a desaparecer com o tempo.


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