Estamos em um momento muito especial na Educação do nosso país, as aulas estão voltando ao presencial e a minha pergunta é...
As aulas voltarão a ser como eram?
Fico assistindo as diversas reportagens mostrando todos os cuidados sanitários e protocolos para que este momento da COVID – 19 seja superado. O que me deixa intrigada é que depois de quase dois anos de um viver totalmente diferente do que conhecíamos, parece que as aulas estão voltando ao VELHO NORMAL.
Digo isso, pois nas reportagens, entrevistas e bates papos que tenho visto a respeito do retorno, o que pude observar é simplesmente, as carteiras iguais, umas atrás das outras, a preocupação com o conteúdo e um retorno para o totalmente presencial.
A minha reflexão é sobre porque as carteiras não receberam uma nova configuração?
Porque as tecnologias parecem não mais serem tão importantes, que só o eram em tempos de necessidade de transmitir as aulas virtualmente.
Não deveríamos voltar de forma diferente, já que realmente vivemos uma educação diferenciada, que não aprendemos em palestras, cursos, na nossa formação inicial, mas que descobrimos errando e acertando todos os dias, durante quase dois anos.
Mas, sim nós podemos, é o que eu acredito!
Vamos mudar as salas de aula, começando pela parte física. Não vamos abandonar as tecnologias, pois um celular pode fazer muito.
Quem me acompanha sabe que defendo a perspectiva de Educação Digital, faz algum tempo numa visão ampla sustentada pela criação de um ecossistema onlife que possibilite uma educação diferenciada, que não precise mais da separação do real para o virtual, mas que atenda as demandas deste século.
Sabemos que A Câmara dos Deputados aprovou em regime de urgência o Projeto de Lei 4513/20, que tem como foco:
- A inclusão digital, com a previsão de estratégias formais e não formais que alcancem a todas as camadas da população;
- A educação digital propriamente dita, voltada para o desenvolvimento de competências e habilidades, com uso de tecnologias, no ambiente escolar;
- A qualificação digital, compreendida como a oferta de oportunidades formativas que possibilitem à população o desenvolvimento das competências e habilidades em nível mais avançado;
- A especialização digital, com objetivo de formação de profissionais com desenvolvimento ainda mais sofisticado dessas competências e habilidades; e
- A pesquisa digital, com o objetivo de promover a utilização dessas tecnologias em grupos de pesquisa nacionais e a inserção deles no cenário internacional. Fonte: Agência Câmara de Notícias
O que torna esta discussão tão relevante é que todos devemos acompanhar com muita atenção, os próximos acontecimentos, para que não seja mais um dos programas, como muitos que já acompanhamos, que não oferece efetivamente o que professores e estudantes necessitam, ou seja, formação em serviço, prática e efetiva, recursos de qualidade, o que inclui conexão adequada com a Internet e oportunidades iguais para todos e todas.
Vamos continuar nossas reflexões...
Logo trarei para vocês como a Europa tem tratado das questões relacionadas a uma Educação Digital de qualidade. Acompanhe!
Profa. Dra. Katia Ethiénne Esteves dos Santos
Pós doutora em Educação Digital, consultora educacional da KMK Consultoria, Treinamento, coordenadora EAD da PUCPR e pesquisadora do PRAPETEC.