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Registro, Avaliação e... inovação. A educação que aprende de fato

Registro, Avaliação e... inovação. A educação que aprende de fato
Nadine Heisler
fev. 10 - 5 min de leitura
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do Blog Domlexia

No mundo do empreendedorismo inovação é palavra-chave, e para chegar lá se adotou com toda força o conceito que vem da turma do design, o Design Thinking, que prevê 5 etapas do desenvolvimento de um produto ou solução.

São de maneira bem simplificada:

1. Imersão – aprofundamento no problema a ser resolvido, com muita entrevista e conversa com todos os envolvidos

2. Análise e síntese - organização das premissas vindas da etapa de imersão

3. Ideação – elaboração das ideias

4. Prototipagem – criação de um protótipo minimamente viável para teste da ideia escolhida, ou das ideias se quiser se testar mais de uma possibilidade

5. Teste – voltado ao público alvo envolvido na solução. Se testa o protótipo, que pode ser validado ou não. Caso não seja validado o processo recomeça a partir dos insights desta etapa.

Acho bacana a metodologia? Veja mais nesse artigo da Endeavor.

No mundo da ciência cada vez mais se fala em ciclos rápidos, para aplicação mais assertiva das intervenções. Trata-se de ter claro os efeitos desejados de determinada intervenção, mas ao invés de preparar todo o processo longo para se realizar uma pesquisa e só ao final observar se a intervenção trouxe resultados, faz-se pequenos testes de partes da intervenção, que permitem uma rápida avaliação dos dados recolhidos e ajustes. Essas interações rápidas trazem um ciclo de intervenção – teste – avaliação – ajuste contínuo, o que melhora muito a eficiência do resultado final da pesquisa.

Nessa apresentação do The Nacional Council é apresentado como os ciclos rápidos podem trazer benefícios de aplicação de pesquisas na área de saúde.

Podemos observar muitas semelhanças nos dois métodos, há sempre um pensar primeiro, entender qual o objetivo desejado e um ouvir atento a todos os envolvidos. Na sequência se testa junto ao público-alvo envolvido, para então se coletar os resultados e avaliar para ajustar o teste inicial e melhorá-lo.

Outra semelhança é o objetivo, ambos os processos buscam melhorias ou inovações nas suas respectivas áreas, mas como podemos claramente observar, isso não acontece de forma desordenada ou caótica como muitas vezes se prega que deveriam ser os ambientes inovadores.

Documentação, mais uma semelhança, não estamos falando de burocracia, mas sim de registro consistente e organizado.

 

E na educação, como fazemos?

 

Damos aula, fazemos uma prova. Se o aluno foi bem, ótimo, senão foi é porque ele não estudou direito. Será?

Se pararmos para pensar bem, no design thinking ou nos ciclos rápidos, se avalia sempre a qualidade da solução, com uma escuta ativa dos todos os envolvidos e a busca incansável por bons resultados.

Na educação avaliamos o aluno. Apenas o aluno.

Podemos trazer essas metodologias para educação e consequentemente revolucionar. E tudo começa em algo que já é habitual, ou pelo menos deveria ser: o planejamento.

Fazer um bom plano de aula é o começo, ter claro os objetivos de aprendizagem que estamos perseguindo. No entanto um bom plano deveria ter como precursor uma boa pesquisa de conteúdo, de possíveis abordagens, de aplicação prática e também ouvir os alunos e outros envolvidos. É preciso saber como eles gostam de aprender, se todos aprendem do mesmo jeito. O que será que os instiga, o que gera curiosidade, engajamento?

Com isso na mão, se faz o tal protótipo. Falar em protótipo de aula pode parecer estranho, até irresponsável, como levar aos alunos uma aula que ainda não está pronta.

Mas de fato ela nunca está. Um professor atento está sempre mudando sua aula, está sempre acrescentando, retirando, ajustando.

O que estamos falando aqui é de fazer isso de forma organizada, com registro, com objetivo, expectativa, conteúdo e avaliação dos resultados. Uma avaliação que não é só a prova que avalia os alunos, mas também ouvir o que eles acharam, anotar as próprias percepções, buscar resultados práticos, atitudinais, além dos conceituais.

Todos esses registros servem para os novos planejamentos e assim por diante.

Começa-se assim a saber de maneira objetiva quais atividades, abordagens, formatos funcionam melhor para a maioria da turma, e como é de se esperar, isso vai mudando com o tempo. É um processo contínuo.

A evolução a partir daí é estar atento ao fato de que a “maioria” não é todo mundo. Olhos atentos então onde não se está obtendo o resultado esperado. O professor é um grande aliado na identificação de possíveis dificuldades de aprendizagem como a dislexia, a discalculia, a disgrafia e o tdah (déficit de atenção).

Com metodologia, registro, escuta ativa e o constante testar-validar é que poderemos ter certeza de que todos estão evoluindo, de que neste semestre mais alunos se apropriaram do aprendizado do que no semestre anterior e de quem ninguém foi deixado para trás.

Para se inovar na educação é preciso que não só o aluno seja avaliado, e sim também todos e tudo o que está envolvido.

E principalmente que essa avaliação não tenha um sentido punitivo, que seja realizada com a mente aberta para novos caminhos. Caminhos que busquem constantemente melhoria de resultados de forma holística.

E se estivermos registrando saberemos se de fato estamos mesmo melhorando!

 

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