Num cenário caótico de restrições o que se expandiu foi a angústia dos nossos jovens! Muita dor e pouca ferramenta de enfrentamento. A escolha, então, foi AMORTECÊ-LA e ANULÁ-LA, já que vinha acompanhada da sensação de desproteção e desamparo. E aí vamos para as constatações das distintas formas escolhidas por eles, muitas vezes negadas pelos próprios pais:• Uso desenfreado do álcool e energético, com comportamentos manipuladores para alcançarem o que era desejado;• Cortes pelo corpo, arrancar os cabelos, destruir as unhas;• Não se higienizar, entregar-se para séries e para o pijama que não lava há semanas;• Excesso de compras, insatisfação consigo mesmo, voracidade na alimentação;• Viver na comparação, viabilizada pelas redes sociais, como fuga de si ou como comprovação de que o que tem ou quem é não são suficientes;• Procrastinar e não ter foco em projeto de vida;• Comportamentos e linguagens que anunciam o desejo da retirada da própria vida;• Isolamento e falta de diálogo.Em contrapartida também surgiram jovens criativos e espontâneos que encontram formas de transformar a dor em produtividade, como:• Trabalhos manuais com abertura de lojas virtuais de venda de artesanato;• Desenhos e textos, com criações de páginas em redes sociais e de comunicação onde verbalizavam as suas dores e trouxeram a possibilidade de identificações entre mais jovens, uma espécie de união de forças;Devemos sempre garantir um espaço de DIÁLOGO entre pais e filhos, no qual seja transmitido um clima de acolhimento, orientação e sugestões de estratégias de resoluções dos conflitos. Não podemos nos perder mesmo estando no mesmo espaço. Que a nossa casa não seja um labirinto, mas a luz das possibilidades.
Juliana B Kruglensky é Psicóloga de Crianças e Adolescentes e ministra o curso ‘APRENDA A DESENVOLVER SEU FILHO EMOCIONALMENTE ATRAVÉS DAS HABILIDADES SÓCIO EMOCIONAIS DO SÉCULO XXI’