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Que tal nos vacinarmos hoje mesmo?

Que tal nos vacinarmos hoje mesmo?
Julio Sampaio
mar. 22 - 4 min de leitura
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Era segunda-feira. Márcia acordou com o corpo moído, dor de cabeça e com um pouco de tosse. Impossível não associar com o coronavírus. Teria sido ela contaminada? Passara o final de semana isolada em casa, mas na semana anterior, quem sabe pegara no trabalho? Na empresa, usara máscara o tempo todo, abusara de álcool em gel, não tivera contato próximo com ninguém. Mas quem sabe pegara na padaria? No elevador que entrara, mesmo vazio, mas que poderia conter no ar o vírus? Márcia desesperou-se. Bateu o medo. Agora já observava a respiração. Será que não estava ofegante? E a temperatura? O termômetro apontava que não, mas ela podia jurar que o seu corpo estava mais quente do que o normal. E agora? Há filas de espera nos hospitais. E se precisar ser internada? Ou pior, se precisar ir para a UTI, onde não há vagas? Pode faltar oxigênio e até mesmo os medicamentos podem acabar. E a sua vida? Como ficarão os seus filhos e marido, se partir de uma hora para outra? Sentiu-se profundamente triste.

Era segunda-feira. Márcia tinha algumas reuniões on-line. Estavam esperando por ela. Como empresária, Márcia e seus sócios eram responsáveis por várias famílias. Algumas decisões importantes precisavam ser tomadas, exatamente, por causa da pandemia. O quadro agravou-se e a mudança de bandeira impunha novas restrições que afetavam diretamente o funcionamento da empresa. Como em outras ocasiões, sua capacidade de resiliência e de encontrar novos caminhos faria diferença no ânimo da equipe. Ela precisava levantar-se. Agradeceu a Deus por ainda estar em condições de participar da primeira reunião da semana.

Márcia percebeu que não havia ainda agradecido por mais um dia de vida. Há muitos anos, adquirira este hábito, sendo a primeira coisa que fazia, antes mesmo de levantar-se. Não neste dia. As dores no corpo e os sonhos com imagens e números da doença, que ocuparam os seus sonhos durante toda a noite, passaram na frente. Eram as imagens e números dos noticiários de sábado e de domingo da TV. Uma maratona de más notícias.

Ao agradecer agora por mais um dia, Márcia agradeceu também pelo marido, agradeceu pelos filhos, agradeceu pela família, agradeceu pelos amigos, agradeceu por sua empresa, agradeceu por ter uma religião, agradeceu por ser quem era, agradeceu por fazer o que fazia, agradeceu por ter tudo que tinha, agradeceu até mesmo pelos problemas e, por fim, agradeceu por sua saúde.

Foi aí que Márcia percebeu que já não sentia mais os sintomas da doença. O teste posterior da doença deu negativo e mostrou que, na verdade, eles nunca estiveram lá. Estavam na cabeça de Márcia, contaminada com tanta carga pesada. Não há como fugir do noticiário, e nem devemos, pois informação é essencial. Porém, há como nos defendermos da toxidade dos fatos. Para esta toxidade há uma poderosa vacina, que também funciona como remédio. Ele não depende de compra e nem de logística e está acessível agora, dependendo apenas de nós mesmos. Chama-se gratidão.

Mas agradecer o quê? Se começar por um ponto, virão outros e outros, pois gratidão gera gratidão, como nos ensina o filósofo Mokiti Okada e como também nos ensina hoje a neurociência. Precisamos prestar atenção em tudo que está acontecendo, mas a tudo mesmo. Ao prestar atenção, perceberemos que, no meio de tantas coisas difíceis, temos muitas e muitas coisas a agradecer. Que tal nos vacinarmos hoje mesmo?

 

 Julio Sampaio (PCC, ICF)

Idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute

Diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching

Autor do Livro: Felicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital), dentre outros

Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/

 

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