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O caminho do desenvolvimento pedagógico

O caminho do desenvolvimento pedagógico
Denis Drago
mar. 1 - 4 min de leitura
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Em 1985 o destemido Marty Mcfly partiu para uma aventura em 2015, em um futuro imaginado por Robert Zemeckis, diretor da trilogia De volta para o Futuro. Seu espanto foi muito grande ao ser confrontado com jaquetas e tênis que se ajustam automaticamente, skates flutuantes, chamadas em videoconferência na TV de casa e outdoors que projetavam as propagandas em 3D.  De todas as inovações imaginadas, algumas se tornaram realidade antes de 2015, mas outras ainda fazem parte do nosso imaginário.

E as escolas, como estariam no futuro
imaginado pelo Robert Zemeckis?

Não sabemos responder a esta pergunta, mas podemos confrontar com o que percebemos hoje. Essencialmente, a estrutura da escola não mudou com o tempo:

  • As carteiras estão lá.

  • O professor continua falando 90% do tempo.

  • Os alunos continuam calados e anotando tudo.

  • As provas são em silêncio.

  • As notas formam um boletim.

  • Os espaços continuam de uso em horário restrito.

  • O aluno continua não podendo aprender o que deseja, e sim o que o adulto impõe.

  • Muitos conteúdos continuam distantes do dia-a-dia de um jovem profissional.

Para onde a escola está caminhando

Em um mundo imerso na velocidade da atualização de um feed em uma rede social, os alunos ainda são obrigados a passar até 9 horas por dia sentados, escutando palestras atrás de palestras (normalmente são chamadas de aulas).

Os alunos continuam sem espaço de fala, de criatividade e de ação. Em um mundo com tantos atrativos, acesso a informações com tanta velocidade, é natural que muitos alunos mostrem desinteresse pelos modelos tradicionais de ensino.

Você já perguntou para o seu aluno
como ele gostaria de aprender?

Nos últimos 50 anos, pelo menos, convivemos com modelos pedagógicos diferentes, como o expositivo, o Montessoriano, o Waldorf e o implantado na região de Reggio Emilia, na Itália, por exemplo. 

Em geral, esses modelos são aplicados para alunos com menos de 10 anos de idade. Uma espécie de compulsão pelo silêncio e pela falta de movimentação toma conta dos modelos educacionais de alunos com 11 a 17 anos de idade (Ensino Fundamental 2 e Ensino Médio).

Ao longo dos mais de 25 anos de trabalho em escolas, continuo com muita dificuldade em aceitar que a única forma de levar um aluno a aprender para fazer uma prova de vestibular é por meio da audição. E não estou considerando que uma boa parcela desses alunos não querem prestar vestibulares tradicionais e precisam se submeter ao mesmo modelo pedagógico de todos.

É importante ter consciência que o estudo e implantação de novas metodologias empurram a inovação na nossa sociedade e, na escola, não pode ser diferente.

O dilema do celular

O caso concreto é o uso das tecnologias na educação básica. Por décadas uma parte das escolas e os professores rechaçaram o uso de computadores, tablets e celulares como meio para a aprendizagem. Argumentos como “o professor nunca será substituído pelo computador" foram largamente utilizados para manter os alunos presos em livros impressos e distantes da atualização rápida dos acontecimentos do mundo.

Por dezenas de vezes eu escutei que os celulares levam à distração. Mas quando eu era criança os cadernos me levavam para a distração. Exatamente porque algumas aulas não eram atrativas, os meus cadernos recebiam desenhos animados nas bordas, eram transformados em cadernos de perguntas e respostas que rodavam a turma e, algumas vezes, suas folhas viravam aviões de papel. Eu passei a usar o caderno para estudar quando meus professores ensinaram como ele poderia cumprir este papel.

O celular é similar. Enquanto as escolas não ensinarem os alunos a usarem os smartphones para estudar, eles serão apenas distrações.

O caminho do desenvolvimento parte do estudo do perfil do seu aluno e família, das crenças dos professores, dos valores institucionais da escola e dos interesses de todos. A escola precisa continuar evoluindo junto com a sociedade.

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