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Sala de aula invertida não é apenas postar um vídeo antes da aula

Sala de aula invertida não é apenas postar um vídeo antes da aula
Luciane Pakrauskas Vellozo
abr. 21 - 5 min de leitura
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Quando falamos em sala de aula invertida ou Flipped Classroom parece um conceito simples de entender, mas erroneamente, na prática, muitas pessoas acham que se trata de postar um material para o aluno ler, consultar ou assistir antes da aula no ambiente virtual de aprendizagem, e na verdade não é apenas isso, simplesmente postar um vídeo antes da aula e deixar como tarefa para o aluno assistir não se trata de sala de aula invertida.  Como aplicar a sala de aula invertida na prática?

Sala de aula invertida é uma metodologia ativa (vídeo 0'58") e se tratando de uma metodologia ativa a participação do aluno precisa ser efetiva no processo de ensino-aprendizagem. Segundo Moran: "num sentido amplo, toda a aprendizagem é ativa em algum grau, porque exige do aprendiz e do docente formas diferentes de movimentação interna e externa, de motivação, seleção, interpretação, comparação, avaliação, aplicação. Se queremos que os alunos sejam proativos, precisamos adotar metodologias em que os alunos se envolvam em atividades cada vez mais complexas, em que tenham que tomar decisões e avaliar os resultados, com apoio de materiais relevantes. "

No texto de Moran, ele coloca que as regras básicas para inverter a sala de aula, segundo o relatório Flipped Classroom Field Guide são:

1) as atividades em sala de aula, envolvem uma quantidade significativa de questionamento, resolução de problemas e de outras atividades de aprendizagem ativa, obrigando o aluno a recuperar, aplicar e ampliar o material aprendido on-line;

2) Os alunos recebem feedback imediatamente após a realização das atividades presenciais;

3) Os alunos são incentivados a participar das atividades on-line e das presenciais, sendo que elas são computadas na avaliação formal do aluno, ou seja, valem nota;

4) tanto o material a ser utilizado on-line quanto os ambientes de aprendizagem em sala de aula são altamente estruturados e bem planejados.

É preciso fazer o planejamento da aula começando com a curadoria dos materiais que serão ofertados no ambiente on-line para o aluno consultar, depois, pensar que estratégia será adotada no momento presencial para resgatar e ampliar o que o aluno aprendeu no momento on-line, neste momento, não adianta o professor voltar para a aula presencial e querer explicar o conteúdo tratado, é momento de colaborar, trocar, aprender entre pares ou grupos, questionar o que aprendeu, sempre alinhado com o objetivo pedagógico traçado. Dessa forma, a sala de aula presencial se torna o local de interação, de tirar dúvidas e construir atividades em grupo, por exemplo. Avaliar e fazer o fechamento da aula também devem estar no planejamento. Usar formulários, quizzes e outros recursos digitais são válidos.  

É importante misturar estratégias, recursos, ferramentas e métodos para diversificar suas aulas e trazer algo novo para os alunos. Nesta matéria do Porvir, Jonathan Bergmann, professor de química e um dos desenvolvedores da metodologia "sala de aula invertida" fala na entrevista que: "você tem que ensinar os alunos e não pode simplesmente dizer para que eles assistam a um vídeo. Você tem que mostrar a eles como fazer isso ou como ler o texto durante o tempo que tiver uma conversa cara a cara com eles. Todo início de ano letivo, seja pelo Zoom, como agora, ou em uma turma presencial, eu dedico três aulas para que os alunos aprendam como aprender no modelo de sala de aula invertida."

Bergmann coloca também que utiliza o método Cornell com os alunos e orienta que é importante incluir interatividade, não deixar os alunos lerem um texto ou assistir a um vídeo de forma passiva. O método Cornell é um sistema de anotações concebido na década de 1950 por Walter Pauk, professor de educação da Cornell University que consiste em anotar no papel suas ideias enquanto lê um texto, assiste um vídeo, uma palestra ou outro material.

Para entender melhor como funciona o método Cornell, o aluno deverá dividir o papel em duas colunas: a coluna de anotações, que fica ao lado direito, é o dobro do tamanho da coluna de palavras-chave, ao lado esquerdo. Deve-se deixar de 5 a 7 linhas, ou cerca de 5 centímetros, na parte inferior da página onde fará o resumo do que entendeu:

Fonte: https://www.educamaisbrasil.com.br/educacao/noticias/como-fazer-resumos-com-o-metodo-cornell

Como ferramenta útil no momento de disponibilizar um vídeo para os alunos assistirem indico o Edpuzzle. Edpuzzle permite criar questões no vídeo, podem ser questões no formato de quiz ou dissertativas. Faz integração com a conta Google e com o Classroom. O ponto negativo é que não é possível editar vídeos atribuídos e tem como limitação apenas 20 vídeos na conta free. O seu vídeo fica público dentro da galeria do Edpuzzle. Compartilho aqui um tutorial criado pela Tríade Educacional. É interessante pois cria interações no vídeo e o aluno vai assistindo e respondendo às questões criadas, e você professor, tem acesso ao relatório com os acertos, erros e tempo que o aluno assistiu ao vídeo.  Fica a dica para uma maior interação.

Abraços virtuais,

Luciane Pakrauskas Vellozo, Lu.

 

 

Referências:

MORAN, J. M. Metodologias ativas para uma aprendizagem mais profunda Disponível em: https://www.educasteam.com.br/wp-content/uploads/2019/12/metodologias_moran1-1.pdf Acesso em: 20/04/2021

PORVIR. OLIVEIRA, Vinícius. O momento reforça a necessidade de ir além da aula expositiva, diz Jon Bergmann. Disponível em: https://porvir.org/momento-reforca-a-necessidade-de-ir-alem-da-aula-expositiva-diz-jon-bergmann/ Acesso em: 20/04/2021

Crédito da foto de capa: Photo by Firmbee.com on Unsplash

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